quinta-feira, 13 de dezembro de 2012



QUEM AMA A UMBANDA NÃO SUJA E NÃO POLUI.


A mudança que você quer fazer fora começa sempre dentro, ou seja, no seu interior.
A UMBANDA é uma religião natural, ela entende a natureza física como pontos de força, santuário natural, sítio sagrado ou mesmo casa dos ORIXÁS.

Na pratica litúrgica da UMBANDA a oferenda é um dos atos mais sagrados de conexão entre fiel e divindade.


Encontramos variadas formas de oferenda, tem oferenda para tudo, energização, descarrego, abertura de caminhos, agradecimento, prosperidade, etc...

O fato é que a oferenda esta presente no dia a dia do umbandista.

Já que é tão comum o ato do ofertório e principalmente porque é depositado na natureza, fica a pergunta:
O umbandista está preparado e tem uma consciência ambiental?

Oferendar também é uma forma de presentear, todos gostamos de receber presentes, porém a embalagem é descartada no lugar correto e ficamos apenas com o usual do presente, na oferenda não é diferente, a garrafa, copos plásticos e demais descartáveis não são oferendas, oferenda são as flores, frutos, comida, etc...

Se, a UMBANDA vê a natureza como sagrado, logo deve preservá-la.



Todo cidadão precisa de uma consciência ecológica para o exercício da cidadania, mas, para o Umbandista essa consciência é fundamental, ecologia é preceito religioso.

Além de cuidar do meio ambiente precisamos zelar pela boa imagem da religião, essa consciência precisa estar implícita em cada umbandista.

Pois, para as pessoas que não são adeptas da nossa religião, quando chegam em locais e encontram restos da nossa oferenda criam uma imagem distorcida do real significado dela.

De forma geral os umbandistas se utilizam de espaços públicos sem infraestrutura para limpeza, portanto todos nós podemos adotar atitudes simples que resultam em grande impacto.

Quando chegar no ponto de força da natureza e definir onde será sua oferenda, acenda suas velas com o cuidado de não encostá-la em troncos de arvores para queimá-la, limpando o local dos gravetos e folhas secas para evitar fogo, priorize forrar o chão com as folhagens do ambiente para colocar os elementos e comidas sobre as folhas, dispense os pratos.

Não há resultados em oferendas feitas as pressas, lembre-se, que é um ato sagrado e com carinho e dedicação deve ser ministrado, faça suas preces, evocação, cante os Pontos, faça seus pedidos com muita tranquilidade, reflita, agradeça, Orixá esta presente, é o tempo suficiente de suas velas terminaram de queimar, então, peça licença e recolha a borra das velas, copos descartáveis ou vidro, garrafas, etc... certifique-se que ficará apenas material não poluente, não deixe nenhuma marca do tipo “ por aqui passou um umbandista e deixou toda essa sujeira “



Acender uma vela sem a preocupação devida poderá gerar uma queimada de grandes proporções, destruindo os animais silvestres e as plantas em toda a sua diversidade.

Sem natureza, sem religião de Umbanda, é de nossa responsabilidade, dever, interesse e obrigação lutarmos para zelar e preservar a mãe natureza, pois nossos pontos de força estão na natureza.

Cada um de nós é uma célula de todo o contexto, é importante assumirmos uma postura coerente e responsável nessa missão, ainda é tempo, temos de nos engajarmos nessa luta, mobilizando o povo da umbanda, fazer pensar, esclarecer, ensinar, preparar, conscientizar.

Cada umbandista tem a obrigação de ser um guardião, estar comprometido e compromissado com a preservação.

A tampa de plástico da PET que você deixou jogada na praia ou mesmo por aí pode rolar na enxurrada, ir para um rio e terminar no estomago de um animal marinho (golfinho ou tartaruga) pois eles não tem discernimento para se alimentar e acabam morrendo com o lixo que você gerou irresponsavelmente.

Festa de Iemanjá -1

Milhares de Umbandistas descem para a praia em Dezembro para homenagear a Mamãe Iemanjá - Grande maioria fazem firmezas na descida da serra todo ano aparecem vários focos de incêndio. Responsabilidade? Os Umbandistas, povinho atrasado, imagem negativa para nossa religião.


Festa Iemanjá - 2

Segunda-feira de manhã, a praia esta impraticável, suja, muito lixo, (garrafas de champanhe, barquinhos de isopor, vidros de perfume, recipientes de talco, galhos de rosas com espinhos, velas inacabadas, vasos de plásticos, sacos plásticos, pratos e todo tipo de lixo) Responsabilidade? Os Umbandistas, povinho atrasado, não tem consciência ambiental, por onde passam sujam tudo, vieram trabalhar na praia, um absurdo! Imagem negativa para nossa religião.

Será que nossa mãe Iemanjá fica feliz com toda essa sujeira? Com todo esse lixo que deixamos na sua casa??

Como proceder?

Como exigimos limpeza e respeito na nossa casa, vamos respeitar a casa que nos acolhe.
Após os trabalhos - Recolher toda a sujeira, inclusive a borra das velas em sacos plásticos após a homenagem, devemos deixar o local absolutamente limpo como encontramos.
Só aceitando como oferenda - flores sem vasos plásticos com terra, champanhe apenas o liquido, perfume apenas o liquido, talco sem o invólucro, pétalas de rosas. Todos os filhos da casa e assistentes sendo previamente orientados.

aos zeladores fica um conselho de conciência: Façam o multirão da ecologia, armando seus filhos de santo com sacos de lixo grande e recolham tudo que não for natural deixado pelas pessoas que não respeitam a natureza. Com certeza se alguma entidade de defesa da natureza os ver fazendo isso, vão elogiar o que antes só tinham críticas. E entender que nossa religião abraça um NOVO TEMPO.


Sua colaboração:

Importante despertar nas pessoas o interesse pela sustentabilidade, para mudar o mundo e contribuir, é preciso primeiro mudar a atitude das pessoas. É preciso que todo o mundo comece a fazer algo pelo futuro do nosso planeta, pelo nosso futuro e dos nossos filhos e netos. Não será fácil, ninguém se livra da febre quebrando o termômetro, é preciso lidar com os obstáculos primeiro.

Não precisamos de palavras para mudar a “cara” da UMBANDA, precisamos sim, de atitude, coragem e 
sabedoria. Feliz 2013!!! Pensem nisso..

Fernando d´Oxum


quinta-feira, 16 de agosto de 2012

SÃO ROQUE - PROTETOR CONTRA PESTES E EPIDEMIAS

“... Olho para direita e vejo: não há ninguém que cuide de mim. Não existe para mim um refúgio ninguém que se interesse pela minha vida, eu vos chamo Senhor, vós sois meu refúgio, sois meu quinhão na terra dos vivos. Atendei o meu clamor...” (Salmo 141, 5-7)

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Montpellier, na França, foi no ano de 1295, cenário e berço do nascimento de um de seus mais ilustres filhos; Roque! O nobre Fidalgo João e sua esposa Libéria, aguardavam com ansiedade a chegada dessa criança, era afinal, uma benção desejada.

Roque foi levado a pia Batismal, já nos primeiros dias de vida; sua mãe Libéria, era mulher virtuosa, mulher de fé e piedosa, que via naquele frágil bebê, um sinal de amor de Deus.O pequeno Roque teve uma educação primorosa, estudou nos melhores colégios e herdou de sua mãe os mais vivos sentimentos de fé, e vida de oração.

Quando completou vinte anos, foi duramente provado com a morte repentina de seus pais, vendo-se sozinho e com uma herança invejável, sentiu em seu coração um forte apelo ao despojamento. Dispos de todos os seus bens móveis em favor dos mais necessitados e os imóveis foram entregues aos cuidados de seu tio; Roque em condições de pobre peregrino, dirigiu-se a Roma.

Quando Roque chegou a Aguapendente, na Toscana, um terrível epidemia (Peste Negra) se alastrava, e nosso jovem peregrino ofereceu-se prontamente para tratar dos doentes que lotavam as enfermarias dos hospitais.

De Aguapendente seguiu para Caesena e Rimini, por toda parte onde chegava o jovem Roque, via-se desaparecer a terrível epidemia, como que a fugir do Santo. Foi em Roma que a caridade de Roque achou um novo campo de ação, dedicando-se durante 3 anos, ao tratamento dos pobres e abandonados doentes. Depois voltou aos lugares onde já tinha estado, e seu zêlo escolhia entre os mais doentes, mais abonados, sempre nutrindo o desejo ardente de poder oferecer a Deus o sacrifício da vida.

Por vária vezes foi provado pela doença e em todas, o Senhor conservou-lhe a vida, no que todos reconheceram uma especial proteção Divina. Na Itália, Roque conheceu o carisma franciscano e fez votos na Ordem Terceira, como irmão penitente.

Restabelecidas as forças, Roque seguiu para Piacenza, onde a Peste dizimava a população. Com uma abnegação, que lhe era peculiar, dedicou-se ao serviço de enfermeiro no hospital, sendo também atingido pelo terrível mal. Após um sono profundo, foi acometido duma febre violenta e atormentado por uma dor fortíssima na perna esquerda, causando-lhe uma terrivel chaga. Roque aceitou a doença, como uma Graça Divina, as dores chegaram, porém, a tal ponto que fizeram chorar e gritar continuamente.

Em pouco tempo, Roque, viu-se abandonado e desprezado por todos, decidiu em seu coração, não se tornar um peso para ninguém. Com muito custo arrastou-se até um bosque e lá acomodou-se em uma cabana abandonada.

Confiando no Senhor e entregando-se a sua Divina Providência, Roque experimentou o amor de Deus, que todos os dias enviava um cão para alimentá-lo, trazendo um pão tirado da mesa do Fidalgo Gottardo.

Certa manhã Gottardo, observando as atitudes do cão, resolveu segui-lo e qual não foi sua surpresa ao encontra-lo na choupana em companhia de Roque. Assim todos descobriram o paradeiro do Santo. Gottardo ficou algum tempo em companhia de Roque e este, sentindo-se restabelecido de sua forças decidiu voltar para sua terra natal.

A França, por aquele tempo, estava em guerra, e assim se explica que Roque, lá chegando fosse tomado por espião. O sofrimento e a dor tinham deixado marcas significativas em seu rosto, em seu corpo, que até o próprio Tio, que era o juiz da cidade, não o reconheceu e condenou-o à prisão.
Toda essa humilhação, Roque aceitou sem protesto algum, e todas as injustiças sofridas, ofereceu por amor a Jesus e pela conversão dos pecadores.

Por cinco anos permanceu encarcerado sem que ninguém o reconhecesse foi acometido por uma grave e terminal enfermidade, lá no cárcere recebeu os Santos Sacramentos.

Confessou sua identidade ao Sacerdote, exalava de seu corpo um suave perfume de santidade que se-espalhou por todo o presídio, Roque com seus 32 anos, entregou sua santa alma ao Senhor humilde e silenciosamente, era o ano de 1327.

O primeiro milagre póstumo que lhe é atribuido foi a cura do seu carceireiro, que se chamava Justino e era manco de uma perna. Ao tocar no corpo de Roque, para verificar se estaria morto realemente, sentindo algo estranho percebeu sua perna milagrosamente curada.

Seu sepultamento, foi marcado por muitas honras e grandes milagres, agora reconhecido com nobre filho de Montpelier. Tempos mais tarde seus restos mortais foram transladados para Veneza, onde seus devotos lhe erigiram um belo templo.
Oração a São Roque

São Roque, que vos dedicastes com todo o amor aos doentes contagiados pela peste, embora também a tenhais contraído, daí-nos paciência no sofrimento e na dor. São Roque, protegei não só a mim, mas também aos meus irmãos e irmãs, livrando-nos das doenças infecciosas. Enquanto eu estiver em condições de me dedicar aos meus irmãos, proponho-me ajuda-los em suas reais necessidades, aliviando um pouco o seu sofrimento. São Roque, abençoai os médicos, fortalecei os enfermeiros e atendentes dos hospitais e defendei a todos da doenças e do perigos.
Amém.

Oração à São Roque - Para alcançar a cura em qualquer enfermidade
Ó inefável padroeiro nosso, São Roque, pela ardente caridade com que amastes o próximo nesta terra, chegastes a expor vossa própria vida para assisti-lo nas necessidades e doenças, especialmente nas moléstias contagiosas. Oh! Fazei que estejamos sempre livres dessas terríveis enfermidades e livrai-nos da peste ainda perigosa que é o pecado. Amém.

Na Umbanda, São Roque é Lázaro, Pai Obaluayê

Orixá da transição para a vida astral. Orixá de transformação energética. Senhor dos segredos da vida e da morte. Mestre das Almas. Atua no condicionamento físico e espiritual, na cura das doenças do corpo e da alma.

Sincretismo: São Lázaro e São Roque
Dia da comemoração: 13 de Maio (Preto Velho), 13 de Agosto, 16 de Agosto e 17 de Dezembro
Saudação: Atotô Obaluayê!

Obaluayê; "Rei dono da Terra", Omulu "Filho do Senhor", Xapanã "Dono da Terra" são os nomes dados a esse Orixá de Umbanda. É ligado ao mundo dos mortos. A este Orixá fazemos pedidos para problemas de saúde e cortes de magia.

Simbologia: Omolu é representado pelo Sàsàrà ou Xaxará ( feixe de palha da costa e búzios)
Elemento: Terra
Astro regente: Saturno
Dia da semana: Segunda-feira
Bebida: Água de arroz
Cores: Preto, branco e vermelho qu esimbolizam mistérios e sobriedade, e atraem respeito
Flores: Qualquer flor de cor branca
Ervas: Canela de velho, jurubeba, erva de bicho, picão
Metal: Chumbo
Pedras: Ônix e demais pedras negras
Pontos de força: Praia, cemitérios e grutas
Caractéristica do Orixá: Omolu é sábio e destemido. Usa o filá (cobertura de palha da costa.)
Seu número: 13
Saudação: "Atôtô!" (Silêncio ! Respeito!)

Banho para ajudar na cura de doenças: Macere em um balde com 5 litros d´água cana-do-brejo, saião e raiz santa. Tome este banho da cebeça aos pés e vista-se de branco. Despache as numa grama.

sexta-feira, 13 de julho de 2012

MOVIMENTO DA JUVENTUDE UMBANDISTA SE REUNE COM  O PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA RJ

Átila Alexandre Nunes e o deputado Átila Nunes reuniram-se com o presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro e vários outros juízes, solicitando agilização dos processos em tramitação naquela Corte que tratem de casos de intolerância religiosa.

Segundo Átila Alexandre Nunes, coordenador do Movimento da Juventude Umbandista, são muitos os casos em que ofensas aos umbandistas e candomblecistas são gravadas na internet impunemente, já que seus autores acreditam que nada lhes acontecerá. Para ele, isso estimula a violência física, resultando em apedrejamentos de terreiros, como foi o caso de um centro invadido no Rio por seguidores da seita Ministério Geração Jesus Cristo.

Para ele, jovens servem de instrumento de agressão nas mãos de falsos pastores que nada tem a ver com os verdadeiros evangélicos, já que muitos que se dizem pastores são pessoas desempregadas, que vislumbram a possibilidade de ganhar dinheiro com pregações religiosas baseadas na Bíblia. "Para isso, decoram meia-dúzia de salmos e trechos da Bíblia e saem pela rua arregimentando seguidores" – diz Átila Alexandre Nunes.

Segundo o coordenador do Movimento da Juventude Umbandista, "a maioria dessas pessoas é composta por gente simples, pobre, sem perspectiva, para os quais prometem a salvação eterna, uma vida repleta de prosperidade, palavra repetida exaustivamente, já que enche de esperança o fiel que doa dinheiro para a igreja". Átila A. Nunes afirma que esses falsos evangélicos têm uma coisa em comum: pregam que quanto mais dinheiro doarem ao templo (leia-se, o bolso do dirigente), mais prosperidade os incautos fiéis conquistarão.

Átila A. Nunes chama atenção para a gravidade do problema: "no meio daqueles infelizes desesperados que procuram por uma boia de salvação, sempre existem pessoas com distúrbios emocionais, esquizofrênicas, depressivas, muitos doentes mentais. Um falso pastor destilando ódio religioso diariamente na cabeça dessas pessoas - que não conseguem separar o real do imaginário –é um prato cheio para cenas de vandalismo e insanidade. Elas acabam se convencendo de que quem tem imagens de santos em casa são adoradoras do demônio"- destaca.

A preocupação de Átila A. Nunes é que essas pessoas - algumas com problemas mentais - sejam facilmente convencidas a fazerem justiça com as próprias mãos, isto é, tornam-se “justiceiros”, levando a “palavra de Jesus” numa cruzada de ódio e preconceito religiosos.

Depois da reunião com a direção do Tribunal de Justiça, o coordenador do Movimento da Juventude Umbandista, Átila Alexandre Nunes fará um levantamento de todos os processos de intolerância religiosa em tramitação no Estado do Rio. Colocou ainda à disposição dos nossos irmãos de fé, o telefone 21-24610055 para denúncias.
Seu e-mail é atilaalexandrenunes@emdefesadaumbanda.com.br

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Santo Antônio

Santo Antônio de Lisboa, ou como era internacionalmente conhecido como Santo António de Pádua, de seu nome de batismo Fernando Martins de Bulhões, foi um Doutor da Igreja que viveu na viragem dos séculos XII e XIII.

Primeiramente foi frade agostiniano, tendo ingressado como noviço (1210) no Convento de São Vicente de Fora, em Lisboa, indo posteriormente para o Convento de Santa Cruz, em Coimbra, onde fez seus estudos de Direito. Tornou-se franciscano em 1220 e viajou muito, vivendo inicialmente em Portugal, depois na Itália e na França. No ano de 1221 passou a fazer parte do Capítulo Geral da Ordem de Assis, a convite do próprio Francisco, o fundador, que o convidou também a pregar contra os albigenses em França. Foi transferido depois para Bolonha e de seguida para Pádua, onde morreu aos 36 (ou 40) anos.

Sua fama de santidade o levou a ser canonizado pela Igreja Católica pouco depois de falecer, distinguindo-se como teólogo, místico, asceta e sobretudo como notável orador e grande taumaturgo. Santo António de Lisboa é também tido como um dos intelectuais mais notáveis de Portugal do período pré-universitário. Tinha grande cultura, as referências ilustrativas que apresentava em seus sermões indicam que ele estava familiarizado com as obras de Plínio, o Velho, Cícero, Sêneca, Boécio, Galeno e Aristóteles, entre outros autores clássicos, sendo versado em diversos aspectos das ciências profanas. Seu grande saber o tornou uma das mais respeitadas figuras da Igreja Católica de seu tempo. Foi o primeiro Doutor da Igreja franciscano, e seu conselho era buscado pelo próprio São Francisco. São Boaventura disse que ele possuía a ciência dos anjos.


Sua pregação, seus escritos e a presença contemporânea de sua obra

Entre suas várias qualidades, chamou a atenção de seus contemporâneos seu admirável dom como pregador. Muitas descrições de época referem o fascínio que sua fala exercia sobre as multidões de pessoas simples e também sobre clérigos doutos, e embora o efeito de sua oração a viva voz não possa mais ser recuperado, seu estilo e os conteúdos que abordava podem ser conhecidos em parte através dos 77 sermões que sobreviveram e constam em sua obra publicada em edição crítica, Sermões Dominicais e Festivos, e que são considerados autênticos, conforme disse José Geraldo Freire. São textos eloquentes, persuasivos, cheios de zelo messiânico, sendo frequentes a defesa do pobre e a reprimenda do rico, e o combate às heresias de seu tempo, como as dos albigenses e valdenses, com uma eficácia tanta que lhe foi dado o apelido de malleus hereticorum (o martelo dos heréticos).


Santo Antônio na Umbanda - Sincretismo: Ogum x Exu

Na tradição católica, de acordo com historiadores, Santo Antônio foi assentado como praça da Infantaria portuguesa por ter intercedido no ‘milagre’ da vitória sobre as forças espanholas e francesas, chegando à patente de Tenente-Coronel.

No Brasil, ‘auxiliou’ nas lutas contra o Quilombo dos Palmares (pela Capitania de Pernambuco) e a esquadra de corsários franceses de Duclerc (na Capitania do Rio de Janeiro), ficando no posto de Tenente-Coronel até a Proclamação da República, quando teve seu soldo abolido pelo Marechal Hermes da Fonseca.

Sendo identificado como padroeiro de incursões militares e batalhas, o santo frade acabou sincretizado com o orixá Ogum na Bahia, por exemplo.

À época da escravidão, os negros eram forçados a abjurar suas crenças por imposição da Igreja Católica Apostólica Romana, sendo também obrigados a adotarem para si nomes de santos, como Antônio, Benedito, José, João, Pedro etc. Na Umbanda, Santo Antônio é visto como um padrinho destes espíritos de escravos africanos, os pretos velhos, nomeando entidades desta falange.

Pode-se conjecturar uma ligação (mas não o sincretismo) de Santo Antônio com Exu porque o matrimônio sela um compromisso de continuidade dos homens (pela família). Exu é o movimento, a dinâmica da vida, promovendo a interação entre Criador e criaturas (comunicação) e a perpetuação dos seres (reprodução). O símbolo deste Orixá é o falo - órgão sexual masculino -, representando a fertilidade. Suas características controversas – provocador, brincalhão, astuto, sensual – o associaram à figura bíblica de Satanás. Por ferir a moral cristã, a Umbanda não o aculturou como divindade; cultua apenas espíritos homônimos de características análogas – os exus e pombogiras, devoltando-lhes homenagens em dia 13/6. Para os yorubá, etnia da qual herdamos a cultura dos Orixás, não existe conceito de pecado, nem divindade que seja a antítese de Deus (para eles, Olodumare).

“O pregador fala com os dois lábios, com a sua vida e a sua boa fama.” (Sto. Antônio de Pádua)




quinta-feira, 24 de maio de 2012

VIVA A PADROEIRA DOS CIGANOS E SEU POVO



O seu nome, tal como o de Sara no Antigo Testamento, pode ser um nome hebraico que indica uma mulher de alta sociedade, que algumas vezes é traduzido como “princesa” e outras “senhora”. Já o epíteto Kali deve significar "negra", da língua indiana sânscrito, pela sua tez ser escura. Seu culto se liga ao das Virgens Negras.
As lendas a identificam como a serva de uma das três mulheres de nome Maria que estavam presentes à crucificação de Jesus.
Algumas falam que ela seria serva e parteira auxiliar de Maria, e que Jesus, por esta te-lo trazido ao mundo, teria uma alta estima por ela. Outras, que era serva de Maria Madalena. Seu centro de culto é a cidade de Saintes-Maries-de-la-Mer, na França, onde ela teria chegado junto com Maria Jacobina, irmã de Maria, mãe de Jesus, Maria Salomé, mãe dos apóstolos Tiago e João, Maria Madalena, Marta, Lázaro e Maxíminio. Eles teriam sido jogados no mar em um barco sem remos nem provisões, e Sara teria rezado e prometido que se chegassem a salvo em algum lugar ela passaria o resto de seus dias com a cabeça coberta por um lenço. Eles depois disso chegaram a Saintes-Maries, onde algumas lendas dizem, foram amparadas por um grupo de ciganos.
Sua imagem é coberta de lenços, sendo ela uma protetora da maternidade. Mulheres (romi) que não conseguem engravidar e mulheres que pedem por um bom parto, ao terem seus pedidos atendidos, depositam aos seus pés um lenço (diklô). Centenas de lenços se acumulam aos seus pés.
As pessoas fazem todo tipo de pedido para Santa Sara, por sua fama de atender todos os que depositam verdadeira fé nela. Santa Sara é a santa dos desesperados, dos ofendidos e dos desamparados.
Fontes variam: se sua canonização consta de 1712, ou se é uma santa regional. Sua festa é celebrada nos dias 24 e 25 de maio, reunindo ciganos de todo o mundo.

OS MILAGRES DA SANTA SARAH KALI
Muitos são os milagres de cura realizado por esta Santa, as ciganas clamam muito a Santa Sarah para ajuda-las quando as mesma tem dificuldades para engravidar, também é de conhecimento de todos que muitos A clamam na hora do parto em dificuldade, ou ainda para os partos com risco de vida para a mãe ou a criança. Não podemos esquecer que muitos rogam a Santa Sarah pela prosperidade, a fartura em sua mesa.

ORAÇÃO DA SANTA SARA KALI

(antes de iniciar a oração, colocar uma garrafa com água potável)
SARAH, SARAH, SARAH! FOSTE ESCRAVA DE JOSÉ DE ARIMATÉIA, NO MAR FOSTE ABANDONADA. TEUS MILAGRES NO MAR SE SUCEDERAM E COMO SANTA TE TORNASTE; À BEIRA DO MAR CHEGASTE E OS CIGANOS TE ACOLHERAM.

(faça o seu pedido: amor, saúde, dinheiro, felicidade, etc ...)
SARAH, RAINHA, MÃE DOS CIGANOS, TU OS AJUDASTES E ELES TE CONSAGRARAM COMO SUA PROTETORA E MÃE VINDA DAS ÁGUAS
SARAH, MÃE DOS AFLITOS, A TI IMPLORO PROTEÇÃO PARA O MEU CORPO, LUZ PARA OS MEUS OLHOS ENXERGAREM ATÉ NO ESCURO, LUZ PARA O MEU ESPÍRITO.

(peça por sua vidência)
E AMOR PARA TODOS OS IRMÃOS DE TODAS AS RAÇAS. AOS PÉS DE MARIA SANTÍSSIMA, TU SARAH, ME COLOCARÁS, E A TODOS AQUELES QUE ME CERCAM, PARA QUE POSSAMOS VENCER AS AGRURAS QUE A TERRA NOS IMPÕE.
SARAH, SARAH, SARAH! NÃO SENTIREI DORES NEM TEMORES; ESPÍRITOS PERDIDOS NÃO ME ENCONTRARÃO; E A TODOS OS QUE ME DESEJAM O MAL, TU COM AS ÁGUAS ME FARÁS VENCER.

(tomar três goles de água, pedindo o que desejares,)
SARAH, SARAH, SARAH! NÃO SENTIREI DORES NEM TEMORES; COMO AS CARAVANAS PASSAM, NO MEU INTERIOR TUDO PASSARÁ. A UNIÃO COMIGO FICARÁ, TEUS ENSINAMENTOS DEIXARÁS, E SENTIREI O PERFUME DAS CARAVANAS QUE PASSAM, DEIXANDO RASTROS DE ALEGRIA E FELICIDADE.

AMAI-NOS, SARAH, PARA QUE POSSSAMOS AJUDAR A TODOS QUE NOS PROCUREM. AJUDADO(A) PELOS PODERES DE NOSSOS IRMÃOS CIGANOS, SEREI ALEGRE E COMPREENSIVA COM OS QUE ME CERCAM.

CORRE NO CÉU, CORRE NA TERRA, CORRE NO MUNDO; E, SARAH, SARAH, SARAH, SEMPRE NA MINHA FRENTE ESTARÁS.
ASSIM COMO OS CIGANOS PEDEM: “SARAH, FIQUES SEMPRE NA MINHA FRENTE, SEMPRE ATRÁS DE MIM, NO MEU LADO DIREITO E NO MEU LADO ESQUERDO”, E ASSIM DIZENDO SOMOS PROTEGIDOS COMO OS CIGANOS; E TU, SARAH, ME ENSINARÁS A CAMINHAR E A PERDOAR.
(rezar e aves Maria: a primeira para Santa Sara; a segunda para os guias espirituais de luz; e a terceira para você, seguida de um pai nosso)
 
 

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Agora é pra valer ... Dia da Umbanda !

Caros amigos leitores,

É com muita alegria que recebi uma notícia que deve ser divulgada a todos Umbandistas de Fé e de Coração, pelo nosso irmão Alexandre Cumino.

Enfim foi decretada o Dia Nacional da Umbanda. Segue abaixo o decreto publicado no DOU.

PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA
Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos
LEI Nº 12.644, DE 16 DE MAIO DE 2012 - DOU de 17/05/2012 (nº 95, Seção 1, pág. 1)

Institui o Dia Nacional da Umbanda.
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: 

Art. 1o  Fica instituído o Dia Nacional da Umbanda, que será comemorado, anualmente, em 15 de novembro. 

Art. 2o  Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. 

Brasília,  16  de  maio  de 2012; 191o da Independência e 124o da República. 

DILMA ROUSSEFF
Anna Maria Buarque de Hollanda
Luiza Helena de Bairros

A TESL NA LUTA CONTRA HOMOFOBIA



O Dia Internacional contra a Homofobia (International Day Against Homophobia) é festejado em 17 de maio. A data foi escolhida lembrando da exclusão da Homossexualidade da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde (CID) da Organização Mundial da Saúde (OMS) em 17 de maio de 1990, oficialmente declarada em 1992.

A TESL é a favor e apoia a causa !

A Associação Internacional de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais e Intersexuais (ILGA) divulgou nesta semana em Genebra um relatório sobre a situação da homossexualidade que revela que dez países permitem o casamento entre pessoas do mesmo sexo e 12 admitem a adoção de filhos por parte de casais.

Irã, Arábia Saudita, Iêmen, Mauritânia e Sudão penalizam a homossexualidade com pena de morte, o que ocorre também em algumas regiões do norte da Nigéria e do sul da Somália.
A Europa é a região onde os direitos dos homossexuais são mais atendidos, na América Latina o maior problema é a violência - pois a maioria de países não conta com legislação que proíba a homofobia -, enquanto metade dos países da Ásia ainda criminaliza a homossexualidade.

Nos Estados Unidos, onde os ativistas consideraram um grande avanço o recente pronunciamento do presidente Barack Obama em favor de casamento homossexual, foram convocados atos de protesto. O apoio de Obama ao casamento gay levou o debate ao centro da campanha eleitoral no país, já que seu provável rival republicano, Mitt Romney, se opõe à união entre pessoas do mesmo sexo.

Em Cuba, o Dia contra a Homofobia se lembra com atos que começaram no último dia 8 com atividades acadêmicas, educativas, artísticas e eventos públicos e a já tradicional 'conga' contra a homofobia realizada nas ruas de Havana no sábado passado.
A iniciativa é promovida desde 2007 pelo Centro Nacional de Educação Sexual (Cenesex), dirigido por Mariela Castro, filha do presidente cubano Raúl Castro, como parte de sua campanha para sensibilizar sobre o respeito à diversidade sexual.

A Sociedade de Integração Gay Lésbica Argentina (Sigla) se manifestará em frente ao Ministério da Educação, em Buenos Aires, enquanto outros grupos como a Comunidade Homossexual Argentina (CHA) apoiará guias escolares - a Argentina foi o primeiro país da América a autorizar o casamento homossexual em 2010.

Na Europa, e especificamente no Reino Unido, foram convocados para esta quinta-feira 150 atos para celebrar a data, nos quais se incluem protestos contra a situação dos homossexuais em outros países como Irã e Nigéria.

Em Paris, a associação Osez Le Féminisme pretendia organizar um 'flash-mob Kiss-in' de mulheres contra a discriminação de lésbicas, em uma praça próxima ao centro Pompidou. Com o beijo público entre mulheres, a associação pretende chamar a atenção sobre 'a violência especificamente dirigida contra as mulheres por ocasião de sua homossexualidade'.

Entre os eventos previstos na capital alemã, está uma maratona de beijos 'Kiss.In' sob o lema 'Homofobia, um perigo para nossa juventude. Contra a banalização da violência contra homossexuais e transexuais'.

Na Rússia, os índices de homofobia são alarmantes. Cerca de 45% dos russos dizem ter emoções negativas ao lidar com homossexuais, segundo uma pesquisa publicada nesta quinta-feira por ocasião da data. A Prefeitura de Moscou cogita negar autorização para a realização de duas manifestações de orgulho gay no centro da capital russa nos próximos dias 26 e 27.

A África do Sul é a exceção africana no reconhecimento dos direitos da comunidade gay, em um continente onde a homossexualidade é proibida em cerca de 30 países e punida com a prisão em muitos deles. A Constituição sul-africana de 1996 é uma das mais avançadas da África e reconhece o direito de união civil de casais do mesmo sexo.

No Brasil, todos os estados brasileiros representados por 44 cidades, estão promovendo atividades e manifestações contra a homofobia.

Segundo ativistas, o dia 17 de Maio, além de relembrar que a homossexualidade não é doença, tem uma característica de protesto e de denúncia.

O governo federal fará o lançamento do Plano Nacional de Promoção da Cidadania e Direitos Humanos de LGBT, do Conselho Nacional LGBT e lançamento da 2ª Conferência Nacional LGBT. Essa iniciativa é promovida pela Secretaria Especial de Direitos Humanos.

Todos os estados estão programando atividades para comemorar o dia contra a homofobia. Algumas regiões planejam encontros com líderes políticos para debater uma lei que defina uma data local para a comemoração da luta contra a discriminação pela opção sexual. Na Bahia, serão divulgando os dados de agressões e mortes causadas pela homofobia no estado.




quarta-feira, 9 de maio de 2012

NOSSOS QUERIDOS PRETOS VELHOS

Quando falamos em Preto Velho, nos vem à mente quatro palavras básicas: calma, sabedoria, humildade e caridade. Voltando no tempo, durante o período colonial brasileiro, as grandes potencias européias da época subjugaram e escravizaram negros vindos de diversas nações africanas, transformando-os em mercadorias, seres sem alma, apenas objetos de venda de trabalho.
Nesse mercado, os traficantes negreiros costumavam se utilizar de maneiras diversas para conseguir arrebanhar sua “mercadoria”: chegavam surpreendendo a todos na tribo, separavam, é claro, sempre os mais jovens e fortes. Costumavam buscar os negros nas regiões Oeste, Centro-Oeste, Nordeste e Sul da África. Trocavam por outras mercadorias, como espelhos, facas e bebidas, os que eram cativos oriundos de tribos vencidas em guerra e trazendo como escravos os que eram vencidos.
No Brasil, em principio os escravos negros chegaram pelo Nordeste; mais tarde, também pelo Rio de Janeiro. Os primeiros a chegarem foram os Bantos, Cabindos, Sudaneses, Iorubas, Minas e Malés.
Esses negros, que foram brutalmente arrancados de sua terra, separados de suas famílias, passando por terríveis privações, trabalharam quase que ininterruptamente nas grandes fazendas de açúcar da colônia. O trabalho era tão árduo, que um negro escravo no Brasil não chegava a durar dez anos.
Em troca de tanto esforço, nada recebiam, a não serem trapos para se vestir e pão para comer, quando não eram terrivelmente açoitados nos troncos pelas tentativas de fuga e insubordinação aos senhores. Muitas vezes, reagiam a tudo suicidando-se, evitando a reprodução, matando feitores, capitães-do-mato e senhores de engenho.
O que restava ao negro africano escravo no Brasil era sua fé, e era em seus cultos que ela resistia, como um ritual de liberdade, protesto a reação contra a opressão do branco. As danças e cânticos eram a única forma que tinham para extravasar e aliviar a dor da escravidão.

ATUAÇÃO DOS PRETOS VELHOS
Esses são os Pretos Velhos da Umbanda, que em suas giras nos terreiros representam a força, a resignação, a sabedoria, o amor e a caridade. São um ponto de referencia para aqueles que os procuram, curando, ensinando e educando, aos encarnados e desencarnados necessitados de luz e de um caminho a trilhar.
Um Preto Velho representa a humildade, jamais demonstrando qualquer tipo de sentimento de vingança contra as atrocidades e humilhações sofridas no passado. Pretos Velhos ajudam a todos, independente de cor, sexo ou religião.
Em sua totalidade, não se pode afirmar que as entidades que se apresentam nas giras são os mesmos Pretos Velhos escravos. Muitos passaram por ciclos reencarnatórios e podem ter sido em suas vidas anteriores médicos ou filósofos, ricos ou pobres, e, para cumprir sua missão espiritual e ajudar aos necessitados, escolheram incorporar a forma de Pretos Velhos. Outros, nem negros foram, mas também escolheram essa forma de apresentação.
Muitos podem estar perguntando: “Mas então os Pretos Velhos não Pretos Velhos?”. A explicação é simples: todo espírito que já alcançou determinado grau de evolução tem a capacidade de descer sob qualquer forma passada, pois é energia pura, a forma é apenas uma conseqüência da missão que vem cumprir na Terra. Podem também, em locais diferentes, se apresentarem como médicos, Caboclos ou até Exu, depende do trabalho a que vêm realizar. Em alguns casos, se tiverem autorização, eles mesmos nos dizem quem são.

MENSAGENS DE PRETO VELHOS
A principal cararacterística de um Preto Velho é a de conselheiro; para alguns, são como psicólogos, amigos e confidentes, para outros, são os que lutam contra o mal com suas mirongas, banhos de ervas, pontos riscados, sempre protegidos pelos Exus de Lei.
A figura de um Preto Velho representa a paciência e a calma que todos sempre devemos ter para evoluir espiritualmente, essa é a sua principal mensagem.
Certas pessoa costumam procurar um Preto Velho apenas para resolver problemas materiais, usando os trabalhos na Umbanda para beneficio próprio, esquecendo de ajudar ao próximo. Quanto a isso, esses maravilhosos Espíritos de Luz deixam sempre uma importante lição, a de que essas pessoas, preocupadas apenas consigo próprias, são escravas do próprio egoísmo, mas sempre procuram ajudá-las brincando de “pedir obrigações”. Mas em meio a essas pessoas, sempre haverá os que podem ser aproveitados, que em pouco tempo vestirão suas roupas brancas, descalçarão seus pés e farão parte dos trabalhos de caridade do terreiro. Essa é a sabedoria do Preto Velho, saber lapidar o que há de bom em cada um de nós.
Pretos Velhos levam a força de Zambi a todos que buscam aprender a encontrar sua fé, sem julgar ou colocar pecado em ninguém, mostrando que somente o amor a Deus, ao próximo e a si mesmo, poderá mudar sua vida e seu processo de ciclos reencarnatórios, aliviando os sofrimentos cármicos e elevando o espírito. Assim fortalecem a todos espiritualmente, aliviando o peso do fardo de cada um, e cada um pode fazer com que seu sofrimento diminua ou aumente, de acordo com a forma de encarar os acontecimentos de sua vida: “Cada um colhe o que plantou. Se plantares vento, colherás tempestade. Mas, se entender que lutando poderá transformar seu sofrimento em alegria, verá que deve tomar consciência de seu passado, aprendendo com os erros, galgando o crescimento e a felicidade futura. Nunca seja egoísta, sempre passe aos outros aquilo que aprende. Tudo que receber de graça, deverá dar também de graça. Só na fé, no amor e na caridade, poderá encontrar seu caminho interior, a luz e Deus” (Pai Cipriano)

APRESENTAÇÃO DA ENTIDADE
O termo “Velho, Vovô e Vovó, são usados para mostrar sua experiência, pois, quando pensamos em alguém mais velho, entendemos que este já viveu muito mais tempo do que nós, com coisas para nos passar e historias para nos contar através de sua longa experiência. No mundo espiritual isso é bastante parecido, e a característica da entidade Preto Velho é sempre o conselho.
Suas vestes são bem simples e não necessitam de muitos apetrechos para trabalhar, apenas da concentração e atenção de seu médium durante a consulta. Costumam usar cachimbo, lenços, toalhas e algumas vezes fumo de corda ou cigarro de palha.
Sua incorporação não necessita de dançar ou pular muito. A vibração começa com um “peso” nas costas, fazendo com que o médium incline o corpo para frente, sempre com os pés bem fixos no chão. Andam apenas para as saudações ao Atabaque, Conga e Babalorixá. Atendem sentados praticando sua caridade. Raras às vezes alguns mantêm-se em pé.
Sua simplicidade se manifesta em sua maneira de ser e de falar, sempre usando um vocabulário simples. A maneira carregada com que falam é para mostrar que são bastante antigos.
A Linha de Preto Velho possui suas características gerais, mas cada médium tem uma coroa diferente, determinando as diferenças entre os Pretos Velhos.
As diferenças ocorrem porque cada Preto Velho trabalha em nome de um Orixá, utilizando a essência de cada força da natureza em sua atividade. Essas diferenças são facilmente percebidas na forma de incorporação.

Nos trabalhos espirituais desta religião, os médiuns incorporam entidades que possuem níveis de evolução e arquétipos próprios. Estas se dividem em três níveis:
As Crianças – chamadas beijada, são espíritos ditos mortos quando ainda criança que representam a pureza, a inocência, daí sua característica infantil.
Os Caboclos – onde se incluem os Boiadeiros, Caboclos e Caboclas, representam a força, a coragem, portanto apresentam a forma do adulto, do herói, do guerreiro, do índio ou soldado.
Os Pretos Velhos – incluem os Tios e Tias, Pais e Mães, Avôs e Avós todos com a forma do idoso, do senhor de idade, do escravo. Sua forma idosa representa a sabedoria, o conhecimento, a fé. A sua característica de ex-escravo passa a simplicidade, a humildade, a benevolência e a crença no “poder maior”, no Divino.
A grande maioria dos terreiros de Umbanda, assim também suas entidades possuem a fé Cristã, ou seja, acreditam e cultuam Oxalá (no sincretismo com o catolicismo Jesus). Entidades aqui tomada no sentido de espíritos que auxiliam aos encarnados, o mesmo que guia de luz.

Os Pretos velhos seriam as entidades mais conhecidas nacionalmente, mesmo por leigos que só ouviram falar destas religiões afro-brasileiras. O Preto velho é lembrado também pelo instrumento que normalmente utiliza, o cachimbo.

Os nomes de alguns Pretos Velhos comuns de que se tem notícia são Pai Anacleto, Pai Antônio, Pai João, Pai Joaquim de Angola, Pai José de Angola, Pai Francisco, Vovó Maria Conga, Vovó Catarina. Pai Jacó , Pai Benedito, Pai Anastácio, Pai Jorge, Pai Luís, Mãe Maria, Mãe Cambina, Mãe Sete Serras, Mãe Cristina, Mãe Mariana, Maria Conga, Vovó Rita, Vovó Joana, Vovó Maria Baiana, Vovô Agripino, Pai Benedito, Pai Benguela, Pai Caetano, Pai Cipriano, Pai Congo, Pai Dindó, Pai Fabrício das Almas, Pai(Vovô) Firmino D'Angola, Pai Francisco, Pai Gregório, Pai Guiné, Vovô Gumercindo, Pai Jacó, Vovô Jeremias, Pai Jerônimo, Pai João, Pai João Baiano, Pai Joaquim, Pai Jobá, Pai Jobim, Pai José D'Angola, Pai Julião, Vovô Jurandir, Pai Malaquias, Pai Mané, Pai Miguel D'Arruda, Pai Roberto, Pai Serafim, Pai Serapião, Pai Severino, Pai Tomaz, Pai Tomé, Pai Zé, Vovó Acácia, Vovó Ana, Vovó Anastácia, Vovó Cambinda (ou Cambina), Vovó Filó, Vovó Carolina, Tia Chica, Vó Ditinha, Vovó Barbina, Mãe Benedita, Mãe Cassiana, Vovó Francisca, Vovó Luíza, Vovó Maria Conga, Mãe Maria D'Aguine, Vovó Manuela, Vovó Chica, Vovó Ana, Tia Joana, Vovó Maria, Vovó Maria Maria Redonda, Vovó Catarina, Vovó Luiza, Vovó Rita, Vovó Gabriela, Vovó Quitéria, Vovó Mariana, Vovó Maria da Serra, Vovó Maria de Minas, Vovó Rosa da Bahia, Vovó Maria do Rosário, Vovó Benedita, Mãe Terezinha D'Angola, Tia Zefinha dentre outros.

Obs: Normalmente os Pretos Velhos tratados por Vovô ou Vovó são mais velhos do que aqueles tratados por Pai, Mãe, Tio ou Tio ou Tia.

Na Umbanda os Pretos velhos são homenageados no dia 13 de maio, data que foi assinada a Lei Áurea, a abolição da escravatura no Brasil.
Os pontos servem para saudar a presença das entidades, firmar sua força durante os trabalhos espirituais e envolver a todos presentes, mas principalmente aos médius de incorporação, como uma harmonia a ajudá-los a se desligarem para que esta ocorra.